A MLC RotoMetrics está anunciando mudanças em sua estrutura diretiva.
Manoel Correa, sócio-fundador da empresa, está deixando a presidência do grupo, passando atuar como consultor da empresa da qual foi co-fundador há mais de 25 anos.
O comando da MLC RotoMetrics passará para Robson Lopes de Paula, que assume oficialmente como Presidente da unidade do Brasil – uma vez que a empresa faz parte do grupo Maxcess, após o acordo internacional de fusão entre esta e a RotoMetrics.
Há mais de suas décadas, Manoel começou a produzir, de modo totalmente pioneiro, facas para o segmento flexográfico no Brasil. “Era um momento bastante difícil, porque as máquinas que usávamos não existiam no país, mas tínhamos que pagar uma sobretaxa mesmo não havendo similar nacional”, lembra.
Sempre atuante na área de ferramentaria – quando trabalhou na então Casa das Gravuras e na Ibirama – Manoel acumulou experiência e conhecimento antes de se tornar empreendedor.
A grande virada começou em 1986, ano que decidiu dedicar-se ao comércio e, após três anos, adquiriu seu primeiro torno para fazer recuperação de facas. “Mesmo com as lojas que eu tinha, eu fazia pequenos serviços para amigos. Isso aconteceu até comprar esse primeiro torno, e, a partir daí, as coisas começaram a acontecer”, conta.
Aproveitando uma carência existente no mercado brasileiro, Manoel passou a se dedicar à fabricação de ferramentas de corte focando em prazo de entrega e, também, de uma estratégia que sempre o ajudou em seu crescimento como empresário: a discrição.
“Sempre trabalhei em silêncio, sem fazer muito alarde, mas aproveitando as oportunidades”, diz.
Em seguida, chegaram os primeiros pantógrafos (fresas copiadoras manuais), dois tridimensionais e um bidimensional. Com esses equipamentos, foram produzidas as primeiras ferramentas de corte para flexografia – recuperação de facas e produção de itens novos.
Em 1992, Vicente de Paula entra para a sociedade e as bases para a MLC que fez história no segmento de facas flexográficas começou a se consolidar. Em 1994, foi instalada a primeira máquina CNC para usinagem das facas – em substituição aos pantógrafos.
“Ninguém acreditava muito que funcionaria. Fui chamado de louco, mas deu certo”, fala Manoel.
Desse primeiro centro de usinagem, outros onze surgiram (ao contrário do primeiro, montado com tecnologia nacional, estes foram montados com tecnologia de usinagem espanhola). “Ganhamos produtividade e acabamos com os processos manuais”, lembra Manoel.
Outro grande investimento foi a instalação de um forno de indução – antes, o tratamento térmico era terceirizado e demorava cerca de uma semana. “Com ele, o que demora uma semana, passou a demorar dez minutos. Assim, ganhamos prazo. Somente nós conseguíamos fazer uma faca para o mesmo dia. Foi um passo gigantesco”, salienta.
Entre os anos de 2001 e 2004, foram instalados três equipamentos Mikron, tecnologia suíça para usinagem de alta velocidade (60 metros por segundo). “Ganhamos de quatro e cinco vezes em velocidade”.
Facas flexíveis
Hoje um dos grandes diferenciais da MLC RotoMetrics, o projeto das facas flexíveis começou em 1995, quando Manoel, em viagem a Bruxelas, viu a primeira chapa do tipo. Contudo, havia muito pouca informação na época, mas o projeto de desenvolver essa tecnologia localmente nunca saiu de sua cabeça.
Em 2005, Manoel finalmente encontrou a oportunidade que almejava. “Estava folheando uma revista e vi essa máquina em um anúncio. Era a tecnologia que estávamos procurando”.
Em 2006, a máquina chegou à empresa, dando início à fabricação de facas flexíveis. “Trouxemos para o Brasil uma tecnologia que ninguém tinha e esse foi uma grande virada em nossa história”, conta.
Há cinco anos (2015), já consolidada como líder de mercado, a MLC e a RotoMetrics selaram o acordo de fusão. “Os diretores da RotoMetrics vieram conhecer nossa estrutura na época e gostaram muito”, lembra Manoel.
Em 2019, a MLC RotoMetrics anunciaram a ampliação de sua estrutura fabril com a inauguração de uma nova linha de produção para facas flexíveis em Guarulhos (SP), localizada em uma área de 3000 m2 com capacidade de ampliar a produção para até 200 unidades/dia para atender todo território nacional e também o mercado sul-americano.
Transição
Segundo Robson de Paula, o objetivo em curto e médio prazos é seguir prestando o melhor atendimento ao mercado e sempre estar atento ao que existe de mais avançado em termos de tecnologia de produção.
“O grande legado que o Manoel nos deixa em todos estes anos é o espírito arrojado e sempre estar olhando adiante, procurando novas formas de produzir mais e melhor”, salienta Robson de Paula. “Esse é, e sempre será, o espírito da MLC RotoMetrics.”